Banda baiana entrega performance energética e reflexiva no encerramento do sábado em Ribeirão Preto
A banda BaianaSystem foi responsável por um dos momentos mais marcantes do Festival João Rock 2025. Com um show impactante no Palco João Rock, o grupo arrebatou o público com uma performance intensa, marcada por letras críticas, presença cênica forte e uma sonoridade pulsante que mistura ritmos afro-brasileiros, eletrônico e guitarras distorcidas.
Conhecida por sua veia politizada e linguagem artística provocadora, a banda comandada por Russo Passapusso trouxe um repertório carregado de mensagens sociais e resistência. Músicas como “A Laje”, “Cabeça de Papel”, “A Mosca”, “Capim Guiné”, “Porta-Retrato da Família Brasileira”, “Balacobaco” e “Sulamericano” fizeram parte da apresentação e levaram o público a cantar em coro, entre pulos, punhos erguidos e olhos atentos à cenografia imersiva que tomou conta do palco.
Um dos pontos altos da apresentação foi a entrada de um grupo de crianças no palco para cantar “Batukerê – Toda Fé de Salvador”, em um momento emocionante e simbólico, que reforçou a conexão do grupo com as raízes culturais e com a espiritualidade afro-brasileira. A cena trouxe leveza e esperança a um show recheado de críticas sociais.
Outro destaque foi a participação especial de BNegão, vocalista do Planet Hemp, que se uniu ao BaianaSystem em uma colaboração eletrizante, mesclando o peso do rap com os graves profundos dos tambores baianos e sintetizadores. A interação entre os artistas incendiou ainda mais a plateia e selou a união entre diferentes gerações e vertentes da música contestadora brasileira.

Entre o público, o impacto foi evidente:
“BaianaSystem não é só música, é revolução em forma de som. Saio daqui renovada e com o coração cheio de ideias novas. Foi um soco e um abraço ao mesmo tempo”, disse Camila Torres, 26 anos, que veio de Campinas só para o festival.
“O som deles entra no corpo e na mente. A letra de ‘Cabeça de Papel’ me arrepia toda vez. Nunca tinha visto um show tão forte e tão verdadeiro”, afirmou Lucas Ferreira, 31, de Ribeirão Preto.
“A entrada das crianças foi de chorar. É a prova de que a arte pode transformar e plantar esperança. Foi lindo demais”, emocionou-se Jéssica Mota, 29 anos, fã do grupo desde 2016.
Com seu estilo único, que transita entre a arte sonora e o discurso político, o BaianaSystem consolidou mais uma vez seu espaço como uma das vozes mais originais e potentes da música nacional. No João Rock, deixou claro que a festa e a reflexão podem – e devem – andar juntas.
Por Lucivanio Nascimento